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Censo 2022: dois em cada três brasileiros moram em vias sem rampa para cadeirantes

  • Foto do escritor: Aldemar Almeida
    Aldemar Almeida
  • 21 de abr.
  • 5 min de leitura

Dados do Censo 2022 mostram que, das 174,2 milhões de pessoas residentes em áreas com características urbanas no Brasil, 119,9 milhões (68,8%) moram em vias sem rampa para cadeirantes. Em 2010, eram 146,3 milhões (95,2%) residindo em faces de quadra sem esse equipamento de acessibilidade.

Entre os estados, Mato Grosso do Sul foi o que teve o maior percentual de pessoas residentes em vias com existência desta infraestrutura (41,1%), seguido do Paraná (37,3%) e Distrito Federal (30,4%). O menor percentual foi no Amazonas, com 5,6%, acompanhado de Pernambuco (6,2%) e Maranhão (6,4%).

Maringá se destaca entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, com 77,3% de seus moradores em vias com rampa para cadeirante, em contraposição a Itapevi (SP), que registra 1,3% de seus moradores nesta condição.

As informações fazem parte do Censo Demográfico 2022: Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios, divulgado hoje (17) pelo IBGE. O evento ocorrerá no auditório da Reitoria da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), localizado na Avenida Lourival Melo Mota, s/n, Campus Aristóteles Calazans Simões, no bairro Tabuleiro do Martins, Maceió (AL). A divulgação contará com transmissão pelo portal do IBGE e pelas redes sociais do Instituto.

Os resultados podem ser acessados no portal do IBGE e em plataformas como o SIDRA, o Panorama do Censo e a Plataforma Geográfica Interativa (PGI), sendo que nesses dois últimos poderão ser visualizados, também, por meio de mapas interativos.

O levantamento das características urbanísticas do entorno dos domicílios observou dez quesitos relacionados à capacidade de circulação e pavimentação da via, existência de bueiro ou boca de lobo, iluminação pública, ponto de ônibus ou van, sinalização para bicicletas, calçada ou passeio, obstáculo na calçada, rampa para cadeirante e arborização.

As informações também mostram que 32,8 milhões de pessoas residem em vias calçadas livres de obstáculos, equivalente a 18,8% do total da pesquisa, quesito novo no levantamento. Menores percentuais encontram-se no Maranhão (4,7%), no Piauí (4,9%) e no Acre (5,6%). Destaques positivos para Rio Grande do Sul, com 28,7%, Mato Grosso, com 27,4% e São Paulo, com 25,5%.

Santos (SP) é o destaque entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, com 64,5% dos moradores em vias com calçadas livres de obstáculos. Das capitais, a melhor situação é Porto Alegre (RS), com 46,6%. Bacabal (MA) tem o menor percentual, com 1,0%.

Essas duas características urbanísticas foram verificadas pelos agentes do IBGE quando foi identificada a presença de calçada nas vias, realidade para 146,4 milhões dos moradores (84,0%) em 2022, frente a 102,0 milhões (66,4%) em 2010. Breves (PA), com 37%, e Camaragibe (PE), com 48,2%, são os municípios com mais de 100 mil habitantes com os menores percentuais neste quesito. Das capitais, Salvador com 56,1% era o menor percentual.

“Cabe ressaltar que, para o Censo de 2022, a existência de calçada foi verificada se houvesse ou não pavimentação, enquanto em 2010, a contabilização ocorreu se existisse caminho calçado ou pavimentado”, explica Jaison Cervi, Gerente de Pesquisas e Classificações Territoriais.

 UF

Rampa para cadeirante

Via sinalizada para bicicleta

Calçada / Passeio

Obstáculo na calçada - Não existe

Mato Grosso do Sul

41,1

1,1

84,1

23,4

Paraná

37,3

1,9

88,1

26,8

Distrito Federal

30,4

4,1

92,9

20,9

Mato Grosso

22,4

1,4

82,7

27,4

Rio Grande do Sul

20,2

1,5

82

28,7

Santa Catarina

19,9

5,2

78,1

26,3

Sergipe

17,4

2,3

90,3

12

Goiás

16,9

0,9

92,6

21,1

Espírito Santo

16,6

2,5

79

16,7

Roraima

15,5

1,3

60,3

19,5

Brasil

15,2

1,9

84

18,8

Amapá

14,8

3,1

57,1

11,1

São Paulo

14,8

2,2

91,6

25,5

Minas Gerais

14,2

0,9

90,3

15,3

Rio Grande do Norte

14,1

0,9

86,7

10,8

Tocantins

13,3

0,6

84,7

11,8

Rondônia

12,7

1

68,8

11,9

Alagoas

12,0

0,9

85,6

11,7

Rio de Janeiro

12,0

2,5

79,4

19,2

Acre

10,2

2,9

72

5,6

Paraíba

9,2

1,5

85,3

10

Bahia

8,9

1,3

74,4

12,9

Piauí

8,4

1,5

83,1

4,9

Ceará

7,1

3,2

85

10,8

Pará

7,0

2,1

64,8

8,8

Maranhão

6,4

0,5

77,1

4,6

Pernambuco

6,2

1,8

71,2

8,5

Amazonas

5,6

0,5

73,8

7,5

Fonte: IBGE - Censo Demográfico    





Outro quesito novo pesquisado no levantamento foi a existência de via sinalizada para bicicletas, equipamento urbanístico presente em vias onde residem 3,3 milhões de pessoas (1,9%).

Entre as unidades da federação, o índice mais elevado alcançou 5,2% em Santa Catarina, seguido de estados de todas as regiões do país como Distrito Federal (4,1%), Ceará (3,2%), Amapá (3,1%) e Rio de Janeiro (2,5%), revelando uma diversidade de padrões no território. O menor percentual levantado pertence ao Maranhão e Amazonas, ambos com 0,5%.

Balneário Camboriú (SC) tinha o maior percentual neste quesito entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, com 14,0%, seguido de Florianópolis e Joinville, também de Santa Cantarina, com 12,1% e 11,8%, respectivamente.

“De forma geral, os percentuais de moradores residindo em vias com sinalização para bicicletas foram significativamente baixos, revelando que a infraestrutura das vias no país ainda é muito direcionada para veículos automotores”, analisa Cervi.

Capacidade de circulação das vias e a existência de ponto de ônibus ou van foram pesquisados pela primeira vez

De forma inédita, no Censo de 2022, a estrutura viária para veículos foi retratada através do quesito de capacidade máxima de circulação da via. Foram contabilizadas 158,1 milhões de pessoas (90,8%) que vivem em trechos de logradouros onde é possível o fluxo de caminhões ou ônibus. Em todos os estados há um predomínio desse tipo de via: 98,0% no Tocantins e 76,9% no Amapá foram os maiores e menores percentuais encontrados.

Outros 10,5 milhões pessoas (6,1%) vivem em trechos com capacidade máxima para circulação de carro ou van. Pernambuco (11,9%), Rio de Janeiro (10,7%) e Bahia (10,0%) são os únicos estados que tem mais de 10% de seus moradores em trechos de vias com estas características.

“Esta condição nestes grandes centros urbanos está associada a relevo acidentado, centros históricos e a presença de proporções maiores de moradores vivendo em favelas e comunidades urbanas. Por exemplo, Salvador é a capital com menor percentual de moradores em vias com capacidade de circulação por caminhão ou ônibus, com 63,4%, e maior percentual de moradores em vias com capacidade máxima de circulação por carros e vans, registrando 17,9%”, explica o pesquisador do IBGE.

Por outro lado, Mato Grosso (1,7%), Tocantins (1,8%), Mato Grosso do Sul (1,8%) e Goiás (1,9%) são os estados que têm menos de 2% de seus moradores em vias com estas características.

Além disso, 5,0 milhões de pessoas (2,9%) vivem em trechos de vias onde só era possível a circulação de motocicletas, bicicletas e pedestres. Apesar de pouco frequente, com percentual abaixo de 3% dos moradores em 18 estados, essa característica ganha destaque no Amapá (15,1%), em Pernambuco (8,4%) e no Amazonas (8,3%).

Outro destaque foi Recife (PE), onde 69,9% de seus moradores vivem em vias onde é possível circular com caminhão ou ônibus e 16,1%, 4º maior percentual do Brasil para cidades com mais de 100 mil habitante, onde era possível circular somente a pé, de bicicleta ou de motocicleta.

Foram ainda registradas 5.267 pessoas (0,003%) que moram em locais onde a circulação se dava apenas por meio de transporte aquaviário, quantidade residual ou inexistente em quase todos os estados. O maior percentual encontrado foi no Amazonas, com 0,1%.

A pesquisa do entorno identificou pontos de ônibus ou van em vias onde moravam 15,3 milhões de pessoas (8,8%). Este item de infraestrutura urbana, indicativo da existência de transporte coletivo, tinha uma distribuição bastante desigual no território nacional. Nos estados das regiões Sul e Sudeste foram constatadas as maiores proporções de moradores em vias com estas características, todos com percentuais maiores que 10%, com destaque para o Rio Grande do Sul (14,5%), Santa Catarina (11,9%) e São Paulo (11,8%). Tocantins (1,6%) apresentou a menor proporção.

Juiz de Fora (MG), com 48,6%, é o município com mais de 100 mil habitantes que apresenta o maior percentual neste quesito, seguido por Petrópolis (RJ), com 31,5%. Das capitais, Porto Alegre (RS) liderava com 25%.

“A existência deste transporte cumpre a necessidade de circulação de pessoas para a realização das atividades sociais, culturais, políticas e econômicas consideradas necessárias na sociedade. É importante destacar que, de forma geral, a presença de pontos de ônibus não acontece em todos os trechos de via”, destaca Filipe Borsani, analista da divulgação.



 
 
 

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