Águas do São Francisco chegam ao Estado para beneficiar milhares de moradores do semiárido
- Aldemar Almeida

- 17 de ago.
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(Foto: Divulgação/MIDR)
As águas do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF) chegaram na noite de quarta-feira (13) ao Rio Grande do Norte, entrando no rio Piranhas, no município de Jardim de Piranhas, na região Seridó, para beneficiar milhares de moradores do semiárido, onde muitos municípios enfrentam histórico de escassez hídrica.
O presidente da Frente Parlamentar das Águas, da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, deputado Francisco do PT, considerou como “um marco definitivo para a integração hídrica do Estado”, em sessão plenária da Assembleia Legislativa do RN.
Na sexta-feira foi feita uma visita técnica à região e na próxima terça-feira (19), o Ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), Waldez Góes cumprirá uma agenda na Barragem de Oiticica no município de Jucurutu para onde as águas do São Francisco desceram de Jardim de Piranhas para aquele reservatório, que foi inaugurado este ano, 73 anos depois de ter sido autorizada a sua construção em 1952, pelo então presidente Getúlio Vargas.
Com a chegada das águas do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF), que é a maior obra de infraestrutura hídrica do País, com 477 quilômetros de extensão, distribuídos em dois eixos Leste e Norte, o empreendimento permitirá a segurança hídrica de 12 milhões de pessoas em 390 municípios de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, estados que sofrem com a estiagem frequente.
A barragem de Oiticica, que tem capacidade para armazenar 742 milhões de metros cúbicos, passará a ter controle hídrico da região. De Jucurutu as águas descerão para Armando Ribeiro Gonçalves, o maior reservatório do Rio Grande do Norte, com capacidade para acumular 2,4 bilhões de metros cúbicos.
Com a chegada da água nesses reservatórios, estima-se que serão fortalecidas as atividades econômicas locais e promovendo maior segurança hídrica para o Estado. Essa foi a primeira vez que a água do PISF chegou, de forma regulamentada, ao semiárido potiguar. O processo de vazão começou na terça-feira (5), a partir da Estação de Bombeamento EBI-1, no município de Cabrobó (PE), passando pela estrutura de controle da Barragem Caiçara, em Cajazeiras (PB). Na quarta-feira (6), o percurso seguiu pela Barragem Engenheiro Avidos e, na sexta-feira (8), pela Barragem de São Gonçalo, em Sousa (PB). Na terça-feira (12), a água alcançou os municípios de Pombal e Paulista, no norte da Paraíba. Após São Bento, a água seguiu rumo à divisa com o Rio Grande do Norte até chegar em Jardim de Piranhas na noite do dia 13, dali descendo para a barragem de Oiticica, em Jucurutu.
BACIA HIDROGRÁFICA - A bacia hidrográfica do rio Piancó-Piranhas-Açu é a maior da região hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental, com área total de 43.683 km². Seu território divide-se entre os estados da Paraíba (60%) e Rio Grande do Norte (40%). Totalmente inserida em território de clima semiárido, a bacia apresenta chuvas concentradas sobretudo nos meses de fevereiro a maio e um padrão de forte variabilidade interanual, caracterizado pela alternância entre anos de pluviosidade acima da média regular e anos consecutivos de valores abaixo da média, que resultam em secas prolongadas e comprometimento da disponibilidade hídrica.
Assim como os demais rios da bacia, o rio Piancó-Piranhas-Açu é um rio intermitente em condições naturais. Sua perenização ocorre por meio de dois reservatórios de regularização construídos pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS): Curema/Mãe d’Água, na Paraíba, e Armando Ribeiro Gonçalves, no Rio Grande do Norte. Esses reservatórios correspondem às principais fontes hídricas da bacia, responsáveis inclusive pelo atendimento de demandas de água externas, que estão associadas às bacias adjacentes.

Barragem de Oiticica, em Jucurutu





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